domingo, 23 de agosto de 2015

echado o processo orçamental.

O Presidente da República e o Governo estarão convencidos de que, em vésperas do abandono formal da troika, é mais fácil criar um ambiente hostil ao Tribunal Constitucional em ordem a levá-lo a vergar? A indigência dos recortes acima reproduzidos mostra que se trata de uma tarefa complicada.

quinta-feira, novembro 21, 2013

Estórias dos hooligans da São Caetano [3]

Presidência do Conselho de Ministros:
aqui o Dr. Relvas promovia “encontros de blogueres «da corda»

    “A contra-informação era a praia do grupo [de Passos Coelho] à volta de Sócrates. Tínhamos nick names para as redes sociais, perfis falsos no Facebook e por aí adiante, mas éramos uns meninos do coro comparados com os tipos dele. Não há virgens nisto: em qualquer campanha eleitoral, existem centenas de perfis falsos, mas perfis com «vida», que incluem fotografias de «família», «clube de futebol», «gostos», etc. O segredo é ir pedindo «amizade» a pessoas da política e alargar os círculos de «amigos». Se deixarmos uma informação sobre o caso Freeport num perfil falso e ele for sendo partilhado, daqui a pouco já estão pessoas reais a fazer daquilo uma coisa do outro mundo.”
      Fernando Moreira de Sá à Visão

No meio em que se move, Fernando Moreira de Sá olha à sua volta e vê serem concebidas as mais sórdidas campanhas contra os adversários políticos. Não tendo sido provavelmente bafejado pela Mãe Natureza, este mentecapto extraiu a conclusão de que participar em tramóias é a coisa mais natural do mundo e, portanto, não resiste a aparecer a vangloriar-se das façanhas em que toma parte.

Ele lembrar-se-á que os funcionários e os amigos de um companheiro de partido — Aníbal Cavaco Silva — conceberam e executaram a inventona de Belém, para assim procurarem alçar a malograda Dr.ª Manuela a São Bento nas eleições legislativas de 2009.

Ele terá ouvido falar que ficou provado em tribunal que o caso Freeport foi montado por militantes com relevância no PSD (e no CDS), sem que isso tivesse afectado a vida desses companheiros de partido, que continuam a andar por aí.

Ele deverá ter tido também um “gozo tremendo” com a campanha lançada contra Sócrates pela equipa de marketing de Santana Lopes, relatada por quem assistiu a essa miserável operação:
    “Esta é a pequena história do meu fracasso no marketing político. Em 2004 eu trabalhava para a agência que viria a fazer a campanha que opôs Santana Lopes a José Sócrates (legislativas de 2005). Para os profissionais brasileiros vale tudo quando se está em campanha, e nesse tudo coube a criação do blogue Portugays onde mais do que se insinuou a homossexualidade do candidato socialista. Não satisfeitos com isto, que a imprensa portuguesa da altura ainda mal espiolhava a blogosfera como depois veio a fazer, um dos marqueteiros melhor relacionados com os jornais do Brasil pediu a um camarada que colocasse uma notícia dando conta da alegada ligação entre Sócrates e Diogo Infante que, como é óbvio, passou para a imprensa deste lado do Atlântico.”

Tendo observado que as sucessivas direcções do PSD nunca condenaram publicamente esta forma de fazer política, antes mantiveram um silêncio que sugere uma concordância tácita com estes métodos criminosos, Moreira de Sá e outros grunhos concluíram que tinham a bênção das altas instâncias do PSD, tanto mais que, antes das eleições legislativas, se reuniam com Passos Coelho e recebiam orientações escritas sobre o que deviam privilegiar nas suas actividades de hooliganismo e, depois das eleições, eram convocados pelo Dr. Relvas para “encontro de blogueres «da corda», na Presidência do Conselho de Ministros”.

Dito isto, não é extraordinário que, salvo um ou outro artigo de opinião, os media não tenham pegado nesta multifacetada tramóia para levar ao poder Passos Coelho? E que o Ministério Público não tenha encontrado matéria para investigação?